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Comunicado do CPIG polo dia da Pátria

dimecres 23 de juliol de 2025, per  ceivar

Desde o cárcere do Pereiro de Aguiar, o coletivo de Presos/as Independentistas Galegos/as (CPIG) fai-nos chegar as suas reflexons ante o Dia da Pátria Galega. No seu habitual comunicado por esta data, o coletivo de prisioneiros/as destaca o 50º aniversário da primeira operaçom policial contra o nacionalismo galego, que provocou o assassinato de José Ramom Reboiras Noia e o encarceramento de quatro militantes da UPG, recordando que desde entom tem havido de forma quase ininterrumpida galeguistas nas cadeias espanholas. O CPIG fai também umha análise sobre o avanço global dum fascismo de novo cunho que tem muito a ver com o esfarelamento da vida comunitária, a socializaçom através de empresas tecnológicas a extensom do individualismo e o medo. Neste contexto, alerta da desorientaçom política provocada por modas ideológicas que nos fam desligar-nos da terra e da comunidade concretas que nos envolvem, e chama a estar presentes nos combates que se avizinham por volta da defesa do nosso território e das formas de vida que se alicerçam nele.

Reproduzimos a continuaçom o texto do comunicado, que também pode ser descarregado em pdf desde aqui :

Um ano mais estamos ao vosso lado no Dia da Patria Galega. Este ano cumprem-se cinquenta da existência de presos/as nacionalistas gale-gos/as julgados/as e condenados/as em Madrid por participarem em movimentos armados de autode-fesa. E este facto por si só deve ser posto em valor.

Em Agosto do 1975, José Maria Brañas Pérez, João Manuel López Álvarez, Manuel Fernández Rodríguez e Maria Luísa Vázquez Barqueiro são detidos/as e encarcerado/as na prisão provincial da Corunha, acusados/as de formar parte de um grupo “terrorista” e participar em diversas ações armadas.

Em Junho de 2019 Antom Garcia Matos, Asunção Losada Camba, Miguel Garcia Nogales e João Manuel Sanchez Rodriguez são detidos e encarce-rados/as em Madrid pelo seu compromisso com a resitência galega, que, segundo a Audiência Nacional espanhola e várias sentenças do Tribunal Supremo é uma “organização terrorista cujo objectivo é lograr a indepêndencia do território histórico da Galiza a respeito da Espanha e de uma parte do norte de Portugal, subvertendo para isso a ordem constitucional na Galiza com a fim de estabelecer uns sinais de identidade galegos e a defesa da Terra e o meio ambiente para o qual justificam o emprego da violência contra as pessoas e os bens, como único meio de lograr os seus propósitos”

Meio século marcado por diferentes ciclos de luita frontal com o Estado espanhol trouxeram consigo o incremento da represão e a extensão da vulneração de direitos básicos, centos de cidadãos/ãs galegos/as foram vigiados/as e perseguidos/as sistematicamente, quase um centenar de detidos/as baixo a legislação antiterrorista, a maioria encarcerados/as a centos de quilómetros da Galiza. Conhecimos o exílio e a mais rigorosa clandestinidade durante anos, e tivemos que enterrar com grande pesar os nossos irmãos/as caídos em combate: José Ramom Reboiras Noia, José Ramom Vilhar Regueiro e Lola Castro Lamas. A dia de hoje, dois compatriotas continuam encarcerados suportando uma dura condena que -se não o impedirmos- deverão cumprir até 2039, e outros dois irmãos, após 12 anos de reclusão, estão aínda sujeitos a um sistema repressivo de liberdade vigiada que se pode prolongar durante 9 anos.

Nunca tivemos vocação de vítimas. Orgulhecemo-nos de ter loitado com todos os meios ao nosso alcanço e entregado o melhor das nossas vidas à fermosa tarefa de construirmos um mundo melhor, guiados pelo amor, a verdade, a justiça e a liberdade. Um povo que prescinda da sua memória e da sua história está condenado ao servilismo mais decadente. Mas só com memória histórica não avonda para reatualizar um legado de loita. Neces-sitamos novas nascentes que nutram novas artérias que encham novos regatos que colmem novos rios que reguem generosamente novas gerações.

Com mais ou menos matices somos todos/as conscientes de que estamos já imersos num novo Tempo. Transformações (socioeconómicas, tecnológicas, geopolíticas) sucedem-se a grande velocidade num marco internacional cada vez mais convulso e num contexto de sociedade desfianhada, insolidária e doente de soidades, desgarrada pelas desigualdades e a injustiça. Terreo crítico onde agarra -sabemo-lo bem- o novo fascismo emergente. Mas não nos enganemos, se o fascismo do período de entreguerras foi uma explosão de violência dirigida contra o movimento da classe obreira revolucionária, o dissimulado neofascismo de hoje e a implosão de uma sociedade já completamente desarticulada.

Vamos ser muito claros/as. Todo o claro que se pode ser com muito poucas palavras, mas dispostos/as a referendá-las com factos, como sempre figemos. O fascismo não se enfrenta nem se vence com as sobredoses de turismo ideológico de um esquerdismo impotente adito ao espectáculo teórico-académico e mediático, aos gestos inúteis, às palavras sem consequências. Esta esquerda cosmopolita sem Terra, para a que o nosso indigenismo, a Terra e o território (como espaço politicamente organizado) são apenas acidentes supérfluos, só pode malviver enganchada às cíclicas modas e plataformas globalistas que acabam por legitimar o própio pluralismo político do estado de exeção democrático.

A Terra é sagrada. Não se toca. Como os comunistas vietnamitas, afirmamos a Pátria ou morte, preferimos sacrifica-lo e perdê-lo todo a entregar a nossa Terra ao imperialismo. Parafraseando aquele precioso alegato feito baixo a ameaça de construir uma central hidroelétrica na Galiza irredenta, no Lago de Seabra, em 1993, não permitiremos que se profane a nossa Terra como não se permite fazer uma canteira na Cova de Altamira, nem vender o Tesouro da Catedral de Toledo, nem dividir o Palaço de Oriente em quartos com direito a cozinha.

Só a Terra nos prepara para a liberdade, uma liberdade que significa poder, o poder de controlar as circunstâncias da nossa própia existência como povo de paz e de trabalho.

O fascismo, irmãos/ãs, só é possível desde o momento em que, na estela de um furibundo individualismo, permitimos que se enfraqueçam as instituições populares, os laços familiares, vizinhais e comunitários a pequena escala… para serem substituídos por lealdades teledirigidas por e para o Estado e o sistema que nos assobalha.

Não há outra alternativa. Ante a ofensiva das direitas de toda a vida, ultradireitas e fascismos de novo cunho: mais Pátria, mais Terra, mais nação galega e mais independência; mais aldeia e mais comunidades de resistência. E não esqueçamos nunca aquela célebre frase do direitista e pro-fascista espanhol Calvo Sotelo, nas vésperas da guerra civil pois ela subvelva a história trágica do Estado opressor espanhol: “Prefiero una España roja a una España rota”

O arredismo galego tem mais de um século de existência: do Comité Arredista Revolucionário de Fuco Gómez em 1921, à resistência galega de começos do século XXI. Foi alimentado pelos/as melhores filhos/as da nossa classe trabalhadora e, deu mostras nos últimos cinquenta anos de uma grande responsabilidade e generosidade. Com alegria, bom ánimo e boa disposição, estaremos presentes nos próximos combates.

A luita continua!

Não renunciamos à Patria Galega!

Viva Galiza Ceive!

Denantes mortos que escravos!


Veure en línia : https://ceivar.org/2025/07/23/comun...

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